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Comportamento 

Você dorme bem?

Sugar baby, você já parou para pensar sobre a importância de dormir bem? O benefício do sono regular, muitas vezes, é pouco reconhecido. Além de repor as energias, este momento de intervalo influencia no metabolismo, na memória, no sistema imunológico e na prevenção de doenças, como diabetes, hipertensão e obesidade. Sua falta pode trazer ainda irritação, dificuldade de concentração, acidentes e até mesmo depressão.

Um fator comum para a baixa qualidade do sono é o ronco. No Brasil, estima-se que a ocorrência de roncos entre homens de 20 a 40 anos é de 26,5% e aumenta para 36% dos indivíduos acima de 40 anos. Nas mulheres de 20 a 40 anos, a porcentagem é de 8,9%, e acima de 40 anos sobe para 24,5%. Além disso, 45% dos homens e 30% das mulheres acima de 65 anos roncam, e 19% das mulheres e 34% dos homens que roncam frequentemente podem apresentar apneia do sono. “O paciente que apresenta sintomas da doença deve realizar um estudo do sono por meio da polissonografia, exame que registra as variáveis fisiológicas durante o período de repouso, tais como: atividade elétrica cerebral, movimento dos olhos, tônus muscular, fluxo de ar oral e nasal, esforço respiratório, movimentos de pernas e oxigenação do sangue”, afirma o Dr. Gilberto Ulson Pizarro, otorrinolaringologista. 

Mas, o que é apneia? A apneia obstrutiva do sono é uma limitação do fluxo de ar que ocorre na orofaringe. Esta situação é mais intensa que apenas um ronco, levando a breves e repetidas paradas respiratórias enquanto o indivíduo dorme. Cada vez que há uma diminuição do fluxo de ar, que pode ser de poucos segundos ou se prolongar por mais de um minuto, ocorre uma diminuição do nível de O₂ do sangue. Por consequência, um aumento do CO₂ leva a um aumento do batimento cardíaco e da pressão arterial.  “Essas alterações ‘avisam’ o cérebro que existe um problema respiratório, gerando um pequeno despertar de poucos segundos. Com isso, há um aumento da contração muscular e restabelecimento da patência (capacidade de manter uma via desobstruída) das vias aéreas e normalização temporária da respiração. Este tipo de evento pode ocorrer inúmeras vezes na mesma noite, levando a uma queda da qualidade do sono”, explica o especialista.

O tratamento deverá ser individualizado e adequado, levando em consideração a anatomia do paciente e o grau de apneia (leve, moderada ou acentuada). Existem várias abordagens cirúrgicas para o ronco e a apneia, que têm por objetivo desobstruir as vias aéreas superiores. Entre elas, a correção de desvio de septal e diminuição de cornetos, elevação do palato mole e retirada das amigdalas.  

O tratamento também pode ser ortodôntico, e corrige avanços maxilares com uso de aparelhos intraorais. O caso pode até mesmo ser cirúrgico para a melhor adequação da maxila e da mandíbula, e envolve também a participação de um cirurgião buco-maxilo-facial.

Por fim, o paciente pode utilizar o CPAP, um aparelho usado durante o sono que ajuda a respiração por meio de pressão de ar positiva, gerada por uma ventilação forçada, que joga o ar ambiente por uma mangueira (traqueia) ligada a uma máscara, parecido com uma inalação.

Abaixo, seguem os principais sintomas do ronco e da apneia obstrutiva do sono. “Caso alguém perceba estas manifestações, é necessário procurar um otorrinolaringologista para a investigação diagnóstica e possível tratamento”, finaliza o médico.

Sintomas noturnos:

  • Ronco alto
  • Sono agitado
  • Paradas respiratórias
  • Engasgos
  • Nictúria (acordar várias vezes para urinar)
  • Pesadelos asfixiantes

Sintomas diurnos:

  • Sono não reparador
  • Sonolência diurna
  • Dificuldade de memória e concentração
  • Irritabilidade
  • Impotência e diminuição da libido
  • Cefaleia matinal
  • Boca seca ao acordar

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